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Chen Son “É preciso incentivar as empresas que estão a fazer exportação”

Data da publicação:2017-04-05 Autor:admin Visualizações:1262



        jornalista: a criação da Yewhing Angola?

       chen:Estamos no mercado angolano desde 2002 e conseguimos desenvolver-nos sem grandes obstáculos,  especialmente  entre 2006 e 2008, em que registámos um desenvolvimento considerável. Por isso, a partir de 2009.aumentámos o nosso investimento Foi a partir desta altura que País.projectámos a construção da nossa sede. Nós  começámos  a actividade Angola dedicando-nos à venda a grosso e evoluímos para o comércio de forma mais especializada, vendas de electrodomésticos, geradores e sapatos. Depois apostámos na venda a retalho destes equipamentos e outros como materiais de construção e de decoração.Por causa da crise petrolífera.que começou em 2015 e da falta de divisas, registámos uma redução nas vendas.


       jornalistaQuais têm sido as soluções para superar os desafios impostos pela crise?

       chenA principal  dificuldade  que  resulta da  crise é  a  falta  de  divisas, que,entretanto, são fundamentais para uma empresa de comércio como é a nossa mportação e começámos a desenvolver a actividade de exportação de produtos agrícolas como frutas, madeira e café no sentido de conseguirmos algumas     divisas, ainda que limitadas, para garantir algum fluxo de capital.


        jornalista: E os resultados já são animadores?

      chenDe momento ainda não, porque os processos para as exportações ainda são muito complexos.Ainda não se formou um sistema completo desde a aquisição do produto, conservação, até à exportação. Ainda não há um sistema muito completo e funcional.Por isso, ainda temos de superar muitas dificuldades.


        jornalistaDisse que  registaram  redução nas vendas. Sei que em 2014  o volume de negócio da empresa foi de cerca  de  30 milhões  USD.  Quais  foram os níveis da redução a  que  se referiu?

      chenO nosso volume  de negócio  em 2016  foi  de  cerca  de  10  milhões  e registámos uma redução de cerca de 50% comparativamente a 2015.A  exportação  representou cerca de 2 milhões USD. Portanto,embora exista esta dificuldade para a actividade de exportação,conseguimos alguma coisa e temos boas expectativas para os próximos anos.Acredito que esta crise vai promover a transformação da economia angolana, esta transformação que é muito necessária vai se concretizar. Acredito que tanto as empresas como o Governo têm conhecimento da necessidade desta concretização. Acredito  que nos próximos três a cinco anos se vai assistir a grandes desenvolvimentos na agricultura, pesca e na indústria mineral. Por isso,acredito que a exportação terá mais peso que actualmente. Não obstante estas dificuldades, neste ano faremos novos investimentos,vamos investir em dois projectos,um será na indústria da pesca,ou seja, na montagem de embarcaçóes, captura e processamento de peixe.


       jornalistaEste projecto é para este ano ainda?

      chenAntes, gostaria de explicar o porquê da aposta no  fabrico de embarcações de  madeira.Porque Angola tem muita madeira,mas não produz barcos. Vamos explorar a madeira e também produzir embarcações. Estamos a falar de barcos motorizados que terão entre 10 e mais de 20 metros.Vamos fornecer às empresas de captura e também  faremos manutenção das embarcações.Constatamos que muitas pessoas gostariam de aumentar as respectivas produções de produtos do mar mas não têm as ferramentas necessárias porque não há empresas a fornecer manutenção pós-venda, por isso vêem-se no litoral muitos barcos abandonados. Este nosso projecto irá contribuir para inverter este quadro. Já temos a empresa registada e estamos a trabalhar no sentido do primeiro barco no final de Junho. Em relação a captura e processamento de peixe está previsto para o final do ano ou início de 2018.


      jornalistaFalou em dois projectos.Qual é o segundo?

       chenO outro projecto é para tentar fazer plantação de amendoim,introduzindo sementes americanas.Vamos começar a testar se esta semente é adaptável ao Conforme o estudo que fizemos, a produção de amendoim em  ronda os cerca de 500 quilos por hectare. As sementes, as tecnologias e mecanização dão-nos possibilidade de aumentar estes níveis de produção. Após testes das nossas sementes, estamos a prever uma produção de 4 mil quilos por hectare, ou seja, oito vezes a produção média actual. Sabemos que os camponeses têm terrenos, mas faltam-lhes as sementes de boa qualidade e os adubos, por isso não conseguem explorar todas as potencialidades dos solos. Se eventualmente a produção atingir as nossas expectativas, vamos começar por criar uma zona exemplar de produção de amendoim para ajudar os camponeses locais a cultivar os amendoins e depois vamos fazer a divisão da produção. Seguidamente, podemos fazer o processamento e a comercialização, tanto internamente como para o exterior.

       jornalistaPara quando é este projecto?

       chenÉ para Julho deste ano e estará em Catete. No início teremos 100 hectares, que serão para fazer os testes.

       jornalistaQuanto pensam investir?

       chenPara este ano vamos investir 5 milhões USD, e depois vamos aumentar o investimento gradualmente conforme o desenvolvimento dos projectos.


       jornalistaEm 2014 marcaram passo no sentido de investir numa fábrica de electrodomésticos. Em que pé está este projecto? 

      chenAbandonámos este projecto porque sem divisas é difícil manter uma fábrica deste nível a funcionar sem obstáculos.


      jornalistaQual é a expectativa que tem, enquanto empresário chinês com investimentos em Angola, com a entrada, no ano passado, do yuan no grupo das moedas de referência do FMI?

     chenTerá uma influência a longo prazo e não actualmente. Neste momen- to, a China também está a enfren-tar uma transformação da economia, está a transformar-se de uma fábrica mundial para as altas tecnologias e investimentos no estrangeiro. No ano passado, o PIB da China atingiu 11 triliões USD (à escala curta) e está previsto para este ano um crescimento de 6,7%, o que significa um cresci- mento 70 biliões para o mundo,é quase quatro vezes o PIB de Portugal. Estamos a aumentar o investimento para o estrangeiro. Não sei se já ouviu falar do projecto “Um Cinturão e Uma Rota”. É uma rota de comércio da China para com os países do Centro da Ásia até à Europa.

          De forma geral “Um Cinturão e Uma Rota” é uma ponte para conectar a Ásia, Europa e África. Isso foi programado em 2013 pelo governo chinês, e desde lá a China já investiu 50 biliões. Para África também está a investir cada vez mais. Em final de 2015, no Fórum entre África e China que se realizou na África do Sul, o presidente da China declarou que nos próximos três anos a China investirá cerca de 60 biliões USD em África. Este é um investimento governamental. Nesta fase,as empresas chinesas também estão a aumentar os investimentos no estrangeiro.


      jornalistaPelo que sabe, as empresas chinesas  continuam com o mesmo à-vontade para investir em Angola?

      Chen:O conhecimento que tenho é que as principais empresas chinesas que estão em Angola não deixaram o País por causa da crise, estão a procurar, sim, outras oportunida- des, embora seja muito difícil, mas estamos a persistir. Nos últimos dias vamos notando que o câmbio está mais ou menos estável, é um bom sinal para as empresas, só que as divisas não aparecem, este problema permanece, e as empresas não podem esperar até que o País tenha mais divisas. Vamos criar condições com os nossos esforços no sentido de termos mais divisas. Angola pode ter mais exportações e de mais áreas, e se assim fosse não teria estas dificuldades. Angola precisa de aumentar as exportações

nos próximos três a cinco anos, é preciso incentivar-se a exploração e processamento dos recursos que o País tem para exportar.


     JornalistaIniciaram a exportação pressio- nados pelas dificuldades  de divisas. Pensam fazer dela uma actividade permanente? 

       ChenSim.

       JornalistaQuais são as grandes dificuldades que devem ser superadas para a exportação?

       ChenHá três aspectos. Primeiro, o Governo tem de implementar mais políticas para incentivar a exportar e reduzir ao máximo os procedi- mentos, simplificar os processos. Segundo, tem de manter a estabili- dade das políticas, tem de evitar alterações constantes das políticas de exportações. E, terceiro, é preciso incentivar as empresas que estão a fazer exportações, que conseguem divisas com a exporta- ção. Existem alguns incentivos, mas podem ser mais.


      JornalistaTem conseguido passar esta mensagem?

       ChenSim, porque somos vice-presidente da Câmara de Comércio Angola-China e temos aproveitado para dar os nossos contributos. Muitos países já viveram esta situação, incluindo a China na década 70.A China tinha cerca de 2 biliões USD, cerca de 10% das divisas actual de Angola, mas o governo chinês chinês conseguiu, através da reforma e da abertura, aumentar os níveis de exportação. Por exemplo, o imposto para este tipo de empresas é quase zero. Todos os órgãos oficiais ofereceram muitas conveniências e benefícios para as empresas exportadoras, por isso a China conseguiu ter um nível de exportação muito grande naquela altura, e mesmo agora existem muitos incentivos de apoio à exportação. Após uma acumulação de quase trinta anos, a divisada China é de 3 biliões, é a maior do mundo. Esperamos que nos próximos cinco a dez anos o Governo de Angola possa conse- guir este êxito através do incentivo à exportação. É um país com território muito amplo e tem muitos recursos, é quase oito vezes o território da França. Tem abundantes recursos e solos com boa qualidade. Se o governo tiver políticas para apoiar, acredito que entrarão muitos investimentos e ao mesmo tempo o Governo aumenta- rá as exportações para conseguir um balanço estável. Qual é a percentagem das exportações dos outros produtos de Angola, exceptuando o petróleo e o diamante? Em 2014, a exportação petrolífera conseguiu criar divisas de cerca de 97,8% do País, e o outro 1,7% vem do diamante, os outros produtos ocuparam 0,3%. É preciso apostar no sentido de estes 0,3% passarem para 30% ou 50%, temos de acreditar, e, quando isso acontecer, Angola tornar-se-á um país muito forte. 

       JornalistaA forte aposta da China pela exportação concorreu para que os produtos exportados não tivessem a qualidade desejada e os produtos da China fossem encarados com certo receio nos outros países. Concorda?

       ChenDe certeza que já teve contacto com os produtos da MDC, e  todos têm qualidade. A China é um país muito grande, oito vezes oterritório angolano, a população chinesa é 500 vezes a angolana.As pessoas lá são diferentes, tal como em Angola e em todos os outros países. Encontramos pessoas bem-educadas, assim como sem educação.

       JornalistaIsso para perguntar: acha que todas as pessoas têm capacidade de comprar coisas na MDC?

       ChenHá pessoas que precisam destas coisas baratas, e estas não têm a mesma qualidade dos produtos da MDC. A China é a fábrica do mundo, e por isso os produtos estão para satisfazer as pessoas dos diferentes níveis. Acredito que as famílias árabes também usam os produtos feitos na China.

      JornalistaMas esta visão mundial de que os produtos chineses são de pouca qualidade não preocupa o governo chinês?

       ChenHá dois aspectos a considerar. Por norma, nos países, as pessoas com rendimento médio são a maioria da população, e os produtos para satisfazer estas pessoas, claro, terão um volume maior. Por outro lado, alguns produtos são falsos, como, por exemplo, a Nike produzida lá, não é original,é cópia. Este, sim, este fenómeno de copiar as marcas é mau. Outro exemplo é o dos produtos com pouca qualidade, como os sapatos que, depois de utilizados uma semana, se estragam. Também não é um bom fenómeno, e o governo chinês pretende combater estes fenómenos. Podemos investir para produtos com preço barato, mas não necessariamente não duradou- ros, os baratos podem não ter a mesma qualidade dos produtos usados pelas famílias mais ricas, mas não podem avariar com facilidade. Este é o objectivo do governo chinês, é um processo. Antes de nós criarmos a MDC em Angola, muitas pessoas desconhe- ciam que a China também tem produtos de boa qualidade.

Por exemplo, antes da venda dos geradores Kipor, as pessoas desconheciam que a China produz geradores com esta qualidade.É um processo gradual,e as empresas que produzem produtos de má qualidade serão abandonadas com o tempo.A nossa empresa, por exemplo, nunca terá cooperação com estas, e, se mais empresas optarem por esta postura, as produtoras de produtos falsos vão acabar.

     JornalistaQuanto já investiram no País?

     ChenNão temos um cálculo exacto, mas para a construção do nosso centro comercial e da nossa sede investimos cerca de 30 milhões USD. Concluímos em 2014 e, se não fosse a crise económica, teríamos explorado todo o espaço à volta.Queríamos implementar algumas indústrias para completar um centro comercial com restauran- tes, cinema, ginásio e outros lugares de lazer.

    JornalistaQual das empresas do grupo tem o maior volume  de negócio?


     ChenActualmente é a MDC, embora também tenha alguma dificuldade devido às divisas, mas, como também estamos a investir em outros países, conseguimos dar a volta a esta situação.

     JornalistaAlém de Angola, onde estão mais?

      ChenTivemos investimentos na Tanzânia e no Congo-Kinshasa. Saímos destes países em 2012 e concentrámo-nos em Angola.

     JornalistaE dentro de 10 anos?
     Chen
Primeiro queremos promover a MDC nos outros países de África, os mais desenvolvidos, formando uma rede internacional.África é um território com muito potencial, apesar de ter muitos obstáculos no processo de desenvolvimento, mas olhamos a longo prazo e acredito ser um território com muitas oportunidades. Actualmente, a situação económica de África está atrasada em comparação com os outros continentes e precisa de mais investimentos para se desenvolver. Mas tem um elevado crescimento populacional, o que promove o consumo, e, por outro lado, precisa da promoção do emprego.Mas tudo vai depender do ambiente favorável para os investimentos e das boas políticas governamentais para incentivar as empresas. Gostaria de acompanhar o desenvolvimento de África.


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